As oposições, ao que parece, estão querendo assumir o papel a que foram relegadas: fazer oposição ao governo atual, algo que é tão normal em qualquer lugar do mundo, mas que no Brasil soa como motivo de espanto e de aplausos.
Como tergiversar nos parlamentos, por exemplo, quando os governos agem sistematicamente de maneira autoritária e ilícita? As chamadas Medidas Provisórias são um campo fértil para se entender o papel que as oposições devem cumprir. O Congresso Nacional foi reduzido à função de chancelador de qualquer tolice ou aberrações enviadas a ele pelo palácio do Planalto. A pauta legislativa na Câmara dos Deputados e no Senado é definida pelo Executivo, isto quando não o é pelo Judiciário, que também gosta de tirar suas casquinhas na pusilanimidade reinante. Mais que fiscalizar, as oposições devem se opor. O uso dos meios de comunicação e da mobilização social configuram o cerne do oposicionismo. Unidade de posicionamento com a situação, só em momentos de guerra ou de calamidade pública de grandes proporções. Fora desse âmbito, a regra inafastável é simples: dizer NÃO! Não e Não, sempre não. Se não houver defeitos evidentes a serem criticados, que sejam construídos. O governo não deve ter refresco em nenhum instante.
Aos governantes cabem a responsabilidade e o dever de tomar as medidas que atendam ao interesse público: para isso foram eleitos. Às oposições cabe atacar o governo nos seus pontos frágeis, nas linhas de menor resistência. Obrigá-lo a se explicar e a ficar com o desgaste pelas suas concepções, erros, omissões e fracassos. Não oferecer, jamais, qualquer tipo de apoio que permita à situação encontrar aplausos junto à sociedade.
A postura oposicionista aos grandes temas deve se alastrar para todos os espaços onde houver representação política. Tal unidade de ação permitiria desgastar os governantes e seus aliados, mesmo nos espaços cujo foco esteja concentrado em questões locais ou regionais. Câmaras municipais e Assembleias estaduais precisam ser vistas como arenas expandidas da mesma batalha, como parcela, mesmo que reduzida, do Parlamento nacional. Agindo assim, talvez as oposições consigam se fortalecer, e se credenciar, para as sucessivas eleições - municipais, estaduais e federais - fazendo do enfrentamento permanente dessa guerra sem fim o alfa e o ômega da atividade política.
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