“O capitalismo sem bancarrota é como cristianismo sem inferno.” (Frank Borman)
No capitalismo, empresas são criadas ou fechadas de acordo com a demanda
do mercado, isto é, dos consumidores. Empreendedores arriscam suas idéias e
capital em um produto ou serviço ainda não testado, e a sua aceitação por parte
do público é que viabiliza ou não a sobrevivência da empresa. Este é um
processo dinâmico, competitivo, e que garante o melhor atendimento ao
consumidor, pois seu direito de escolha é a maior arma no mercado livre.
Qualquer alternativa a este modelo representa a transferência do poder do
consumidor para burocratas do governo. O que se segue é invariavelmente maior
corrupção e ineficiência.
Em Capitalism, Socialism and
Democracy, Joseph Schumpeter tratou do tema em um dos capítulos. Ele afirma que o
ponto essencial ao lidar com o capitalismo é compreender que se está lidando
com um processo evolucionário. O capitalismo é, por natureza, um método de
mudança econômica e jamais pode ser estacionário. O impulso fundamental que
mantém a máquina capitalista em ação vem dos bens novos, dos novos métodos de
produção ou transporte, dos novos mercados ou das novas formas de organização
industrial que as empresas capitalistas criam.
Há uma constante revolução de dentro da estrutura econômica, destruindo
a velha ordem e criando uma nova. “Esse processo de destruição criativa é o
fato essencial sobre o capitalismo”, diz Schumpeter. Ele achava, entretanto,
que esse processo poderia ter fim algum dia, e que o sucesso do capitalismo
plantaria as sementes de seu fracasso, levando ao socialismo. A história vem
provando, porém, que o economista austríaco estava errado nesse aspecto.
O Estado “bem-feitor” julga que seus governantes são seres iluminados e
clarividentes, além de totalmente íntegros, e irão portanto defender os
interesses do “povo” contra a competição predatória do capitalismo. Nada mais
longe da realidade. Quando o governo interfere na livre competição, as trocas
passam a ser de favores, não produtos. O que pode salvar ou matar uma empresa
passa a ser a caneta do burocrata poderoso, não a satisfação do público. Logo, agradar esse burocrata passa a ser mais importante que agradar os
consumidores. Empresas passam a gastar milhões com lobistas, desviando energia
e recursos que poderiam estar voltados para a melhoria dos produtos. Quando o
governo é o “hospital” das empresas problemáticas, o que temos é uma
“socialização” dos prejuízos, distribuídos entre os pagadores de impostos,
enquanto lucros ficam retidos para os empresários amigos do Estado.
Tudo isso é muito lógico, mas ainda assim inúmeras pessoas defendem tal
modelo prejudicial aos próprios consumidores e pagadores de impostos. Por trás
dessa contradição, encontra-se falta de conhecimento sobre os fatos, assim como
um romantismo “nacionalista”, que pede proteção aos empresários locais contra a
“fúria” do capitalismo global. Como se o local no mapa onde o empresário nasceu
tivesse alguma ligação com o que é benéfico ou não para o usuário do produto!
Essas pessoas acabam contribuindo para a perpetuação das oligarquias
nacionais, impedindo que o melhor e mais barato chegue aos consumidores. Para
salvar poucos empresários que estão com problemas justamente por não estarem
entregando o que o cliente deseja em custo e benefício, pedem medidas que
prejudicam ainda mais esses clientes. Querem a “proteção” contra os avanços
tecnológicos e acabam prejudicando todos os consumidores.
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